Você percebeu alguma verruga ou “bolinha” ao redor do ânus e está em dúvida sobre o que pode ser? Saiba que pode ser vários os diagnósticos, entre eles, o condiloma anal, também conhecido como verruga genital, é uma condição comum, causada por um vírus que atinge tambem pode acometer a região perianal. Embora seja uma infecção benigna na maioria dos casos, ela requer atenção médica e tratamento adequado para evitar complicações e transmissão.
Neste artigo, a Dra. Poliana Testa, especialista em coloproctologia, explica o que é o condiloma anal, quais os sintomas mais comuns, formas de transmissão, tratamento e como se prevenir.
O que é o condiloma anal?
Condiloma anal é o nome dado às verrugas causadas pelo vírus HPV (Papilomavírus Humano) que podem aparecer na região do ânus, dentro ou ao redor do canal anal. Esse tipo de lesão também pode surgir na região genital, no períneo e até na mucosa da vagina, do pênis ou da uretra.
O HPV é um dos vírus sexualmente transmissíveis mais frequentes no mundo, e estima-se que a maioria das pessoas sexualmente ativas entre em contato com ele em algum momento da vida. A boa notícia é que, em muitos casos, o corpo consegue eliminar o vírus sozinho. No entanto, quando ele se manifesta, pode causar alterações como os condilomas.
Quais os sintomas do condiloma anal?
Nem sempre os condilomas causam dor ou incômodo. Em muitos casos, são percebidos apenas visualmente ou ao toque, como pequenas verrugas moles, de coloração rósea, acinzentada ou da cor da pele.
Os principais sintomas incluem:
- Verrugas ao redor do ânus (externas) ou dentro do canal anal (internas)
- Sensação de “bolinhas” ou protuberâncias na região anal
- Coceira local
- Ardência ou desconforto ao evacuar
- Sangramento leve durante a evacuação, quando a lesão interna é traumatizada
Vale ressaltar que, mesmo sem sintomas visíveis, a pessoa pode estar infectada e transmitir o vírus.
Como o condiloma anal é transmitido?
A principal forma de transmissão do HPV é por contato direto com a pele ou mucosa infectada durante o sexo vaginal, anal ou oral — mesmo com o uso de preservativo, embora ele reduza bastante o risco.
Outras formas de contágio incluem:
- Contato íntimo com a região perianal contaminada
- Compartilhamento de objetos sexuais sem higiene adequada
- Contaminação no parto (da mãe para o bebê)
- Em casos mais raros, por autoinoculação (quando a pessoa se contamina ao tocar uma verruga e depois toca outra região do corpo)
É importante entender que o HPV pode permanecer “silencioso” no organismo por meses ou anos, e as verrugas podem aparecer tempos depois do contágio.
O condiloma anal é perigoso?
Na maioria dos casos, os condilomas são benignos, mas não devem ser ignorados. Algumas cepas do HPV estão associadas a um maior risco de desenvolver câncer anal, de colo do útero ou peniano.
Além disso, se não tratados, os condilomas podem:
- Crescer em tamanho e número
- Ocasionar dor, odor desagradável e desconforto
- Causar constrangimento e afetar a autoestima
- Facilitar a transmissão do vírus para outras pessoas
Por isso, é fundamental consultar um coloproctologista ao perceber qualquer alteração na região anal ou genital.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico do condiloma anal é clínico e feito durante a consulta com o coloproctologista, por meio da inspeção visual, do toque retal e anuscopia.
Em alguns casos, pode ser necessário:
- Biópsia da lesão: quando há dúvidas sobre o diagnóstico ou suspeita de lesões pré-cancerígenas
- Exames complementares: como pesquisa de outras ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), incluindo HIV, sífilis e hepatites
Vale lembrar que, por ser uma infecção sexualmente transmissível, o(a) parceiro(a) também deve ser orientado(a) a procurar avaliação médica.
Qual o tratamento para condiloma anal?
O tratamento tem como objetivo remover as lesões e controlar a infecção, já que o vírus pode permanecer no organismo mesmo após a remoção das verrugas.
As principais formas de tratamento incluem:
1. Tratamento tópico (cremes e pomadas)
Indicados para lesões externas e de menor extensão. Os medicamentos costumam agir destruindo as células infectadas.
2. Cauterização química ou elétrica
Procedimento realizado em consultório ou centro cirúrgico, que destroem as lesões por meio de aplicação de substâncias específicas ou uso de eletrocautério.
3. Crioterapia
Congelamento das verrugas com nitrogênio líquido. Pode ser repetido semanalmente até que as lesões desapareçam.
4. Cirurgia
Em casos de lesões maiores, múltiplas ou localizadas dentro do canal anal, a remoção cirúrgica pode ser indicada.
5. Laser
Uma das opções de tratamento cirúrgico é a remoção com o uso de laser.
Cada caso é avaliado individualmente pela coloproctologista, e a escolha do tratamento depende de fatores como localização, tamanho e número das verrugas, além da saúde geral do(a) paciente.
O condiloma anal tem cura?
Não existe cura definitiva para o HPV, mas é possível eliminar as lesões e controlar a infecção, mantendo o sistema imunológico fortalecido e o acompanhamento médico regular.
Muitas pessoas conseguem ficar anos sem apresentar novas lesões após o tratamento, e algumas eliminam completamente o vírus do corpo com o tempo.
Como prevenir o condiloma anal?
Prevenção é a melhor forma de cuidar da saúde. Veja algumas estratégias importantes:
- Use preservativo em todas as relações sexuais
- Evite múltiplos parceiros sem proteção
- Realize exames periódicos com coloproctologista ou ginecologista/urologista
- Não compartilhe objetos íntimos sem higienização
- Vacine-se contra o HPV – a vacina é gratuita pelo SUS para meninos e meninas de 9 a 14 anos, além de estar disponível em clínicas privadas para adultos
A vacina é uma das formas mais eficazes de prevenir as cepas mais perigosas do HPV, incluindo as que causam câncer e condilomas.
Quando procurar um coloproctologista?
Ao notar qualquer alteração na região anal, como verrugas, bolinhas, coceira, sangramento ou dor, não hesite em buscar avaliação médica.
O coloproctologista é o especialista mais indicado para diagnosticar e tratar condições como o condiloma anal, com discrição, acolhimento e sigilo.
Lembre-se: quanto antes o diagnóstico, mais eficaz e simples tende a ser o tratamento.
Conclusão
O condiloma anal pode parecer um problema pequeno à primeira vista, mas é um sinal claro de infecção por HPV — um vírus que merece atenção. Embora as verrugas em si sejam benignas, o acompanhamento médico é fundamental para evitar recidivas, complicações como câncer de reto e para proteger a saúde sexual do(a) paciente e de seus(suas) parceiros(as).
Se você identificou qualquer lesão na região anal ou tem dúvidas sobre infecções sexualmente transmissíveis, a Dra. Poliana Testa está à disposição para te atender com cuidado, empatia e toda a discrição que esse assunto exige
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Prevenir é sempre o melhor caminho — e se for preciso tratar, é fundamental contar com uma profissional de confiança.
Sua saúde íntima merece atenção especializada. Agende sua consulta e cuide de você com quem entende do assunto.